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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Frases históricas no julgamento do mensalão

Para o Supremo Tribunal Federal, ficou comprovada a existência do mensalão - esquema de compra de votos de parlamentares (25 condenados) para dar apoio ao governo Lula no Congresso Nacional - e que dinheiro público foi usado para abastecer o esquema. O veredicto pesou sobre José Dirceu, homem forte do primeiro governo Lula e o seu núcleo político.
11 ministros, 38 réus, dezenas de advogados. No dia 2 de agosto deste ano começava o julgamento do mensalão, no qual gerou frases históricas pronunciadas por alguns ministros no plenário do Supremo Tribunal Federal:

Carmem Lúcia

Carmem Lúcia - ministra do STF
"Acho estranho e muito, muito grave que alguém diga com toda tranquilidade que, ora, houve caixa 2. Caixa 2 é crime. Caixa 2 é uma agressão à sociedade brasileira. Caixa 2 compromete, mesmo que tivesse sido isso, ou só isso, e isto não é só, e isto não é pouco. E dizer isto da tribuna do Supremo Tribunal, ou perante qualquer juiz, me parece realmente grave. O que fica parecendo que ilícito no Brasil pode ser praticado, confessado e tudo bem." 

"O dinheiro é para o crime o que o sangue é para a veia. Ou seja, se não circular com volume e sem obstáculo não temos esquemas criminosos como estes." 

"Corrupção significa não que alguém foi furtado de alguma coisa, mas significa que uma sociedade inteira foi furtada... pela escola que não chega, pelo posto de saúde que não se tem. E eu acho que esse julgamento dá, exatamente, o testemunho de que, no estado de direito, a política é, sim, necessária pra qualquer lugar deste planeta." 



Carlos Ayres Britto

Carlos Ayres Britto - presidente do STF
"Esses fatos estão com as vísceras expostas, eles gritam. Cegar para essa realidade é golpear a própria sociedade." 

"Nenhum juiz verdadeiramente digno de sua vocação condena ninguém por ódio." 





Luiz Fux 

Luiz Fux - ministro do STF
"A entidade bancária serviu de uma verdadeira lavanderia de dinheiro pra se cometer um crime que não está nem na lei, mas esse deveria ser o nome: Gestão tenebrosa. Pelos riscos que acarreta e pelas consequência que acarreta à economia popular."




Celso de Mello

Celso de Mello - ministro do STF
"Agentes públicos que se deixam corromper, qualquer que seja sua posição, são eles corruptos e corruptores, os profanadores da República, os subversivos da ordem institucional. São eles os delinquentes marginais da ética do poder.  

"O estado brasileiro não tolera o poder que corrompe e nem admite o poder que se deixa corromper..." 

"Este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder." 




fonte: transcrição a partir da reportagem publicada no Jornal Nacional - 23/10/2012

domingo, 14 de outubro de 2012

Ensaio sobre a amizade - relembrar

No dia 1º de outubro de 2010 postei um texto da admirável escritora Lya Luft. Acho por bem relembrar. 

“Ensaio sobre a amizade” (Lya Luft) - Veja, 26 de junho de 2006


Que qualidade primeira a gente deve esperar de alguém com quem pretende um relacionamento? Perguntou-me o jovem jornalista, e lhe respondi: aquelas que se esperaria do melhor amigo. O resto, é claro, seriam os ingredientes da paixão, que vão além da amizade. Mas a base estaria ali: na confiança, na alegria de estar junto, no respeito, na admiração. Na tranquilidade. Em não poder imaginar a vida sem aquela pessoa. Em algo além de todos os nossos limites e desastres.


Talvez seja um bom critério. Não digo de escolha, pois amor é instinto e intuição, mas uma dessas opções mais profundas, arcaicas, que a gente faz até sem saber, para ser feliz ou para se destruir. Eu não quereria como parceiro de vida quem não pudesse querer como amigo. E amigos fazem parte de meus alicerces emocionais: são um dos ganhos que a passagem do tempo me concedeu. Falo daquela pessoa para quem posso telefonar, não importa onde ela esteja nem a hora do dia ou da madrugada, e dizer: "Estou mal, preciso de você". E ele ou ela estará comigo pegando um carro, um avião, correndo alguns quarteirões a pé, ou simplesmente ficando ao telefone o tempo necessário para que eu me recupere, me reencontre, me reaprume, não me mate, seja lá o que for.

http://andrelossio.blogspot.com.br/2010/10/ensaio-sobre-amizade-lya-luft.html

sábado, 13 de outubro de 2012

Monteiro Lobato na mira do MEC

Caçada de Pedrinho, obra literária do escritor Monteiro Lobato, está dando o que falar. A discussão é por causa da tentativa de veto na distribuição do livro às escolas públicas, depois da denúncia formalizada pelo Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara), junto ao Conselho Nacional de Educação (CNE) e o Ministério da Educação (MEC). O instituto considera racista o termo usado pelo escritor quando diz que "Tia Anastácia subiu na árvore como uma 'macaca de carvão'." A censura tem dividido opiniões, como a de professores que não concordam e alegam que esses tipos de assuntos podem ser abordados em sala de aula. Entretanto, Humberto Adami, advogado e diretor do Iara, declarou à revista Veja que está disposto a buscar outros recursos na Corte Interamericana, caso a proibição do livro não seja atendida.  
Em nota oficial divulgada no mês passado, o MEC ressalta que "defende a plena liberdade de ideias e o acesso a produções culturais e científicas com a mediação de um professor." 
Ao ser entrevistada pela revista, a socióloga Marcilene Gardia de Souza rebate: "assuntos como esse só gera mais preconceito, pois os professores não sabem abordar o conteúdo com olhar crítico... há décadas, o movimento social negro tem reivindicado isso. Justamente porque muitos livros ainda reforçam estereótipos sobre as populações negras e negam a importância de processos históricos de resistência na formação do Brasil", conclui.

Estereótipos existem nas relações humanas. Mas, nesse caso, o termo usado por Monteiro Lobato pode ser considerado como uma força de expressão sem cunho racista. A palavra escrita, muitas vezes, pode ser mal interpretada, ter vários sentidos. Diferente da oralidade, que revela as intenções com variadas inflexões da voz. "Negrinha", "preta", "marrom bombom" são expressões que dependem da forma como são ditas. FORMA: essa é a palavra a ser compreendida dentro de um contexto num texto. É uma linha tênue e depende de circunstâncias. Forma ofensiva, pejorativa, carinhosa, etc. Tudo depende da interpretação, da leitura que se faz do autor. Subestimar o leitor de senso crítico é um erro ao achar que levará ao pé da letra. 
Debater é saudável. Contudo, proibir obras literárias que nos traz elementos históricos, como as de Monteiro Lobato, é tolice.    

Dica de Músicas Instrumentais

AQUARELA DO BRASIL - Ari Barroso - MIDI Orquestra By Daniel Figueiredo
JINGLE DA 28ª CAMINHADA DA RESSURREIÇÃO - By André Lossio & Adriana Lossio
CÉU DE SANTO AMARO - RENNO PIANO SOLO
SET FIRE TO THE RAIN - Adele Instrumental
I LOOK TO YOU - Tribute to Whitney Houston - Piano von Norbert Lang
ONE MOMENT IN TIME - Guitarrista Stephen Peters - Tribute to Whitney Houston
EU NUNCA AMEI ALGUÉM COMO EU TE AMEI - Instrumental
ROLLING IN THE DEEP - Piano & Cello
WONDERFULL WORLD - Meet Joe Black Soundtrack
SOMEONE LIKE YOU - Instrumental Orquestral Best Quality
VIVA LA VIDA - 2 CELLOS - Luka Sulic & Stjepan Hauser
ORAÇÃO AO TEMPO - Instrumental Caetano Veloso