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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Frei Agostinho J. do Valle, OCD* - Saudades


Sempre digo que saudade a gente só tem do que é bom e o Frei Agostinho, durante a convivência na Catedral de São Miguel Arcanjo, deixou marcas aos fiéis. Principalmente pelo bem-querer. Sempre ressaltava o valor do meu cantar. Dizia que sentia-se no céu ao ouvir-me entoar as canções.
Frei Agostinho José do Valle, dizer que "a saudade é o amor que fica de quem se vai" é a forma mais digna pra ti. Pois, "nem a morte (...) pode nos separar do amor de Deus." (Romanos 8,38)

*O.C.D. = Ordem dos Carmelitas Descalços.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Como deixar alguém sem palavras

A propaganda abaixo demonstra como que é deixar alguém sem palavras. Literalmente.
O desfecho deste filme explica o motivo. Confira.



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

ALIENAÇÃO PELA PRIVADA



Alienação: Indiferentismo moral, político, social ou mesmo apenas intelectual. Ou seja, é antônimo de acepção, engajamento, participação.

Veja só a alienação em que meu amigo jornalista Daniel Reis passou.


Nem saúde privada adianta

A dor moral é ainda maior que a dor física

Eu estou com um sentimento ruim que não passa. Antes de quarta-feira era uma dor no peito, que começou a me preocupar por ser crescente e com reflexos físicos aparentes. Odeio ir ao médico, consultórios me dão arrepios. Por insistência da família e amigos resolvi acionar o meu plano de saúde para o qual mensalmente pago R$155,00, Dix20 da Amil, isso há quase um ano e só o utilizei duas vezes (essa foi a segunda). E por essa necessidade sofri uma das maiores humilhações da minha vida e por eu ainda estar indignado é que compartilharei essa experiência com vocês. Temos que refletir e agir.

No meu primeiro contato com a atendente ela me informou que apenas teria agenda para duas semanas adiante. Não vi muita alternativa e aceitei, marquei a consulta na Zona Leste, na Avenida Pires do Rio (próximo de onde moro). Para aquele dia precisei desmarcar tudo, queria apenas resolver essa dor, pois quando se trabalha com jornalismo você conhece pessoas com histórias de saúde fatídicas e mesmo você não sendo um hipocondríaco a sua mente começa a criar ideias nada agradáveis sobre a provável origem do problema.

O tempo passou e então chegou o esperado dia da consulta. Eram 14h e estava no meu carro ao lado da minha namorada, que hoje é meu braço direito nos processos de captação de recursos para projetos culturais. No meio de um trânsito infernal, ao sairmos do Belém, o combinado seria ela me levar para o consultório e ir direto para a Avenida Paulista para outra reunião. Então liguei para o médico JOSE TELLES CLARO (CRM: 24889) apenas para confirmar a consulta e o endereço. Para a minha surpresa uma atendente chamada ISAURA, disse que o consultório (para o qual eu havia ligado há duas semanas) apenas atendia na Avenida Paulista e zombou do fato de precisar de um médico numa região tão afastada quanto São Miguel Paulista, que segundo ela "é quase no fim de tudo".

São Paulo é uma cidade enorme e pela minha profissão circulo por todas as regiões, e conheço de mansões a favelas. Além disso, independente dos quilômetros de distância que são Miguel fique do centro isso não significa que a população daqui não mereça um atendimento de qualidade, seja lá em qual setor. Tenho orgulho da minha história ter iniciado nesse bairro, já viajei por todo o Brasil, mas amo esse lugar por meus amigos e família estarem aqui. Nesse local desenvolvi meus primeiros projetos, escrevi meus primeiros textos e conheci pessoas incríveis de projeção profissional e intelectual admiráveis. Artistas, professores de universidades públicas e particulares, escritores, documentaristas, poetas, arquitetos, pesquisadores, tantos que nem dá pra listar.

Senti raiva, mas não quis revidar, apenas disse tchau e desliguei. Confuso liguei para o número alternativo e a cidadã atendeu novamente. Riu, disse que eu já havia ligado e pergunto o que eu queria. Eu resolvi aceitar a realidade e marcar um consulta na Avenida Paulista, ela me tratou como se estivesse fazendo um grande favor, e reservou um espaço na agenda para mim às 15h45 daquele dia. Precisei desligar o telefone para não levar uma multa e liguei novamente apenas para confirmar o número da minha carteira do plano de saúde. Como eu quase não uso o plano senti dúvidas de onde estava o número que precisava falar para ela. Ai, o bicho pegou. A todo momento me chamando de “BEM”, disse que não tinha tempo a perder e então perguntei se ela estava nervosa. Ela retrucou dizendo que não tinha obrigação de marcar a minha consulta (esta que eu já havia marcado e pela qual esperei por duas semanas) e desligou na minha cara.

Achei que eu fosse explodir, na minha quarta ligação apenas desabafei. Apenas ressaltei a forma como estava insatisfeito com o atendimento. E ela gritou comigo. Vocês já viram uma atendente médica gritar com um paciente. Então disse a verdade, que ela era uma grossa e mal-educada e mais uma vez o telefone foi desligado. A minha dor naquele momento era outra, eu estava indignado me sentindo um lixo. Decidimos que iríamos ao consultório, no mínimo falar com o médico sobre o tipo de empregados com os quais ele trabalha.

O endereço era pomposo: Avenida Paulista, 2006, conjunto 1015. Uma bela recepção no hall de entrada, com um atendimento muito melhor do que o que encontramos no consultório. Subimos e a mulher mandou esperarmos. Vi indícios de grosseria com mais dois pacientes que estavam ali para retorno. Incrível, se o endereço chamava a atenção, o consultório era uma saleta, com espaço claustrofóbico para espera e com algumas pessoas do lado de fora.

Quando essa secretária leu o meu nome nos documentos, os olhos dela saltaram e sua voz alterou de tal forma que parecia que a estávamos ameaçando. Sendo que a única coisa que eu queria era fazer a minha reclamação para o médico. Fomos insultados, disse que chamaria a polícia e ainda disse que bateria na minha namorada, tudo de forma gratuita. Algo que eu nunca passei nem em bares, não éramos bem-vindos pelo simples fato de estarmos insatisfeitos.

Mas a nossa decepção foi maior quando o médico saiu da sala dele, e ao nos dirigir a palavra disse que aquilo não era um hospital público e zombou do nosso plano de saúde na frente de todos. Quando tentamos argumentar o “doutor” virou as costas e bateu a porta na nossa cara. A secretária sorriu e minha namorada num ataque de raiva jogou os papéis da mesa dessa mulher para o alto. Um ato impensado, um impulso que surgiu por uma pressão social, por uma ridicularização perante a qual ficamos atônitos.

Eu denunciei esse médico para o Plano de Saúde e irei redigir uma carta para a ouvidoria do Conselho Regional de Medicina. Eu jamais passei por isso nem durante a produção de documentários ou matérias políticas e de denúncia. Jamais, quando o médico riu do meu plano de saúde o que ele quis dizer? Será que foi: “Cara, faça um plano mais caro e ai eu te atendo melhor. Pois sou muito importante para receber tão pouco”. Aquela atendente desequilibrada é fruto de uma liderança pífia e preconceituosa, é o resultado de uma total falta de qualificação profissional e essa trupe de mal-educados são ícones do sucateamento da situação do setor de Saúde Brasileiro. No meio de todo esse barraco a minha dor física ficou até pequena, mas agora o problema é moral. E pensar que tudo isso poderia ser evitado pela bela e boa educação, mas isso vem de berço não se aprende na universidade.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Revista Realidade - por José Hamilton Ribeiro




Entre André Lóssio e Simone Alauk, o jornalista José Hamilton Ribeiro.
Ah! E o deslizante dedo do fotógrafo.

Assim como característica de contar em primeira pessoa, eu e minha colega, Simone Alauk, contaremos sobre a recompensa do esforço para entrevistar nossa maior fonte para o trabalho acadêmico sobre a revista Realidade, o jornalista José Hamilton Ribeiro. Uma entrevista que, em princípio, seria em um percurso de meia hora do bairro da Aclimação até o aeroporto internacional de Cumbica /Guarulhos-SP, acabou sendo de três horas num restaurante do próprio aeroporto. Tudo porque o vôo dele, programado às 13:30hs, foi adiado para um horário noturno.

José Hamilton indiscutivelmente foi muito atencioso conosco. Em três anos de estudos de jornalismo, aqueles instantes com ele valeram todo o curso. Contou-nos sobre momentos bons e maus da vida, principalmente sobre a cobertura que fez na guerra do Vietnã para a "Realidade", que lhe custou a perda de uma perna ao pisar em uma mina terrestre. Disse que após o acidente teve um tempo que não queria
falar sobre o episódio para não ficar remoendo, pois queria superar o trauma. Comentou que tinha consciência da fama de 15 dias pela situação de risco, mas que não queria ser conhecido apenas por esse acidente de trabalho.

Hamilton Ribeiro diz que a profissão de repórter tem seus riscos, tanto num morro de uma favela quanto numa guerra do Vietnã. Ele enumera os motivos que levam o jornalista para obter a notícia em situações adversas: vaidade, espírito de aventura, ambição profissional e uma "pitada de falta de juízo". E complementa que, para ser jornalista, é preciso ter vocação, acreditar que o exercício da profissão traz sentido histórico onde o fato acontece. Que a verdadeira função do jornalismo é vencer tiranias, o preconceito, denunciar, compreender complexos sociais em uma sociedade livre. E é o jornalismo que geralmente denuncia antes de qualquer outra instituição.

Para ele, a revista Realidade foi fruto de circunstâncias acontecidas na década de 1960 como, por exemplo, a pílula anticoncepcional, os Beatles, valorização da sexualidade. Segundo ele, um mundo de criatividades, crescente busca por questões existenciais que rompiam os tabus. Uma outra circunstância marcante foi a da ditadura militar. Zé Hamilton, como é mais conhecido, relata uma frase de seu amigo de trabalho 'Robert', ou seja, o então presidente da Editora Abril, Roberto Civitta, "nunca trabalhei numa equipe criativa como aquela", comenta.

Foi tão boa a conversa que rende, até mesmo, um TCC sobre o considerado "príncipe do jornalismo" para os repórteres.
Em breve, meu grupo publicará mais depoimentos sobre esse corajoso jornalista, armado de bloco de notas e caneta: José Hamilton Ribeiro.


























Assista a entrevista com José Hamilton Ribeiro

Dica de Músicas Instrumentais

AQUARELA DO BRASIL - Ari Barroso - MIDI Orquestra By Daniel Figueiredo
JINGLE DA 28ª CAMINHADA DA RESSURREIÇÃO - By André Lossio & Adriana Lossio
CÉU DE SANTO AMARO - RENNO PIANO SOLO
SET FIRE TO THE RAIN - Adele Instrumental
I LOOK TO YOU - Tribute to Whitney Houston - Piano von Norbert Lang
ONE MOMENT IN TIME - Guitarrista Stephen Peters - Tribute to Whitney Houston
EU NUNCA AMEI ALGUÉM COMO EU TE AMEI - Instrumental
ROLLING IN THE DEEP - Piano & Cello
WONDERFULL WORLD - Meet Joe Black Soundtrack
SOMEONE LIKE YOU - Instrumental Orquestral Best Quality
VIVA LA VIDA - 2 CELLOS - Luka Sulic & Stjepan Hauser
ORAÇÃO AO TEMPO - Instrumental Caetano Veloso