Do Latim, a essência da palavra inteligência vem de intellectus, de intelligere = inteligir, entender, compreender. Composto de íntus = dentro e lègere = recolher, escolher, ler. Pe. Zezinho diz em seu texto algo muito simples mas nem todos empenham-se a sair da superficialidade. Isto é, ler o que está dentro. Não é a toa que ele é um homem inteligente. Não fique apenas nesse meu comentário. Leia o que está dentro no texto escrito pelo padre em 27 de maio de 2010.
Padre Zezinho na Catedral de São Miguel Arcanjo - São Paulo-SP
As diferenças entre os santos nem por isso tornam uns e outros menos católicos e menos santos. Mas pode haver e há ênfase
s que passam pelo viés e pela tangente. Bento XVI, usando uma expressão de Romano Guardini responde, no livro Dio e IL Mondo, Editora San Paolo, a Peter Seewald que, na Igreja, deve se buscar a “essencialização”. Temos que descobrir a viga mestra da nossa doutrina, e acentuar o que é valor perene. Se o acidental receber destaque excessivo, seja questionado. Não havendo o transversal pode-se cair no viés. Cai-se no que João Paulo II chamou de Igreja light em 4 de junho de 2000, ao falar sobre a Ética nos Meios de Comunicação.
Infelizmente há inúmeros pregadores católicos evangélicos e pentecostais que, por mais esforço que façam, não conseguem sair do viés e da tangente. Seu conhecimento é pequeno. Não sabem essencializar. E não o fazem, não porque não querem, mas porque não conseguem. Falta-lhes o gosto pela leitura, por livros não apenas do seu grupo, mas de toda a Igreja. Falta o conhecimento dos teólogos e filósofos de ontem. Por isso, caem na mesmice. Podem ter até uma certa unção, mas não há profundidade. Nem pode haver porque não mergulham no saber. Dizem todos os dias a mesma coisa, pedem dos fiéis que os ouvem ou vêem os mesmos gestos e nunca chegam ao cerne da questão. São repetitivos por falta de maior conteúdo. Faltou a eles a graça do estudo, que, tanto quanto a oração é uma virtude que se cultiva.
Aprenderam a orar, mas não aprenderam a estudar. Deveriam saber que querer saber mais sobre Deus, sobre a sua obra e sobre o ser humano é uma alta forma de espiritualidade. Não fosse isso, a Igreja não teria canonizado tantos santos pensadores e estudiosos. Enganam-se os que pensam que se contempla apenas orando. Contempla-se também lendo e aprendendo mais sobre tudo o que nos cerca.
Falta essa catequese a inúmeros sacerdotes e leigos de hoje. Pararam na contemplação de quem ora e fecha os olhos. Deveriam prosseguir na contemplação de quem os deixam bem abertos... A falta de livros nos tem dado muitos pregadores superficiais. Pregador precisa rimar com leitor e pregação tem que rimar com essencialização e transversalidade. Falta Antonio Vieira naquelas cabeças!
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