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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Encontro com José Hamilton Ribeiro


José Hamilton Ribeiro entre André Lossio e Simone Alauk

Em primeira pessoa, eu e minha amiga Simone Alauk contaremos sobre a recompensa por entrevistar nossa maior fonte de uma reportagem sobre a Revista Realidade: no caso, o jornalista José Hamilton Ribeiro. Uma entrevista que seria em nosso carro, durante um percurso de meia hora do bairro da Aclimação até o Aeroporto Internacional de Guarulhos, acabou durando três horas em um restaurante do próprio aeroporto. Tudo porque o voo, programado para as 13h30, havia sido adiado para um horário noturno. 
Autor de diversos livros como o "Jornalistas, 37/97", que retratou os 60 anos do Sindicatos dos Jornalistas de São Paulo, José Hamilton foi muito atencioso conosco. De toda a formação que tivemos em jornalismo, aqueles instantes com ele foram de grande aprendizado profissional. Ele contou sobre momentos bons e maus da vida, principalmente sobre a cobertura que fez na guerra do Vietnã para a "Realidade", que lhe custou a perda de uma perna ao pisar em uma mina explosiva. Disse que após o acidente teve um tempo que não queria falar sobre o triste episódio para não ficar remoendo, pois queria superar o trauma. Comentou que tinha consciência da fama de 15 dias pela situação de risco, mas que não queria ser conhecido apenas por esse acidente de trabalho.

Reconhecido em diversos prêmios por seus trabalhos jornalísticos, Hamilton diz que a profissão de repórter tem seus riscos, tanto em um morro de uma favela, quanto em uma guerra do Vietnã. Ele enumera os motivos que levam o jornalista para obter a notícia em situações adversas: vaidade, espírito de aventura, ambição profissional e uma "pitada de falta de juízo". E ainda complementa que, para ser jornalista, é preciso ter vocação, acreditar que o exercício da profissão traz sentido histórico onde o fato acontece. Que a verdadeira função do jornalismo é vencer tiranias e o preconceito, denunciar, compreender complexos sociais em uma sociedade livre. E ressaltou que é o jornalismo quem geralmente denuncia antes de qualquer outra instituição.

Para ele, a Revista Realidade foi fruto de circunstâncias acontecidas na década de 1960 como, por exemplo, a pílula anticoncepcional, os Beatles, a valorização da sexualidade. Segundo ele, era um mundo de criatividades, crescente busca por questões existenciais que rompiam os tabus. Uma outra circunstância marcante foi a da ditadura militar. Zé Hamilton, como é mais conhecido, relata uma frase de seu amigo de trabalho 'Robert', ou seja, o então presidente da Editora Abril, Roberto Civitta: "nunca trabalhei numa equipe criativa como aquela", comenta.

Foi tão boa a conversa no restaurante que constatamos o motivo dele ser considerado "príncipe do jornalismo", por seu histórico profissional de coragem como repórter. Agradecidos pelo tempo que nos concedeu para a entrevista, nos despedimos do "Zé" Hamilton e nos dirigimos ao caixa do estacionamento do aeroporto. Só que, na saída, nos deparamos novamente com ele e o auxiliamos para colocar suas malas no ônibus da companhia aérea que o levaria até o aeroporto de Congonhas, a fim de concluir o voo com destino à Uberaba, cidade do Triâgulo Mineiro.     

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