Ao ler algumas publicações no site Observatório da Imprensa, acabei conhecendo a 'Pública' (Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo), por me chamar a atenção na produção de reportagens de interesse público, sobre as grandes questões do país do ponto de vista da população – visando ao fortalecimento do direito à informação, à qualificação do debate democrático.
Dentre as reportagens, uma delas foi a entrevista, publicada em 18 de março de 2016, com Eugênio Bucci, professor doutor da Escola de Comunicações e Artes (ECA), da USP.
Chamada divulgada pela 'Pública' - Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo. |
Antes mesmo da fatídica saída da ex-presidente Dilma Rousseff, justo no auge da divulgação da delação do ex senador Delcídio do Amaral feita pela revista “Isto É” e a condução coercitiva do ex-presidente Lula, o site da agência apresentou uma análise de Bucci sobre imprensa e política, especialmente ao defender o valor jornalístico das informações obtidas através dos vazamentos da lava-jato, dizendo que a mídia convencional pendia para o PSDB e que jornalismo brasileiro “deixa muito a desejar” mas não enxergava viés pró-impeachment na cobertura da mídia.
Mesmo que a postagem da matéria tenha completado um ano, acredito que algumas frases continuam atuais. Por isso, achei interessante destacá-las:
"O ex-presidente Lula não pode se colocar no papel de vítima da imprensa e da Justiça porque não é mais um operário, mas um homem poderoso."
"Toda informação vazada de um âmbito do poder mais interno ou menos interno, ela vem junto com algum ressentimento, com algum desejo de vingança. Não há nenhum vazamento que tenha se originado da caridade, não é assim que funciona."
"A política não se faz com boas intenções e o jornalismo sobre política se abastece de fontes que não são um poço de boas intenções. Como democracia, dependemos de um jornalismo livre, crítico; e o jornalismo livre e crítico escuta fontes que têm desejo de vingança." (Bucci).
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