Embora o texto que deixarei abaixo tenha sido enviado como resposta ao fórum de discussão do curso de jornalismo sobre a "Persuasão", eu acredito que sirva como assunto para discutir o papel da TV nas relações entre mídia e política.
As transmissões que as empresas de comunicação realizam depende estritamente de concessões do governo federal. Ou seja, é necessário articulação política para que funcionem, "reguladas" constitucionalmente. Uma curiosidade é que muitas dessas empresas de comunicação são de propriedade dos que estão no poder legislativo e executivo. O que torna inevitável dissociar a mídia com a política. E o sentido da palavra política está ligada a interesses do que é público.
Os meios de comunicação, principalmente televisivo, têm inúmeros recursos que podem influenciar no desempenho de um candidato para as eleições. Um exemplo pode ser dado quando se utiliza uma trilha sonora, um tom de cor para a identidade visual, etc. A sutileza é algo pertinente de acordo com intenção do meio que divulga o candidato. Até porque, a persuasão depende diretamente desses aspectos sutis, como o tempo da fala, a linguagem, a estética. Exemplo melhor não há como a que foi na disputa eleitoral entre o então barbudo líder sindical, Luiz Inácio Lula da Silva, de fala comprometida pelos ésses (S) sibilantes e o político Fernando Collor de Melo, com uma apresentação eloquente de galã e instigantes hábitos esportivos. É claro que essas características não foram únicos fatores que determinaram a escolha dos eleitores brasileiros, mas ficou claro que interferiram na indução ao estereótipo do mocinho e do bandido. O que culminou à posse presidencial de Fernando Collor. A perda para o outro Fernando (Fernando Henrique Cardoso), fez com que houvesse um cenário diferente. Foi aí que um cuidado maior com a estética de modo geral fosse adotado para convencer o público: barba aparada, moderação no tom de voz, um publicitário articulando a campanha fizeram de Lula ter grande aceitação, atrelado a um discurso menos radical comparado aos de outras campanhas. Resultado: a presidência da república foi alcançada.
A persuasão é indução e induzir depende de diversos recursos para o convencimento. Este é apenas um exemplo de disputa eleitoral acontecido no país e serve para ilustrar o poder que a mídia televisiva exerce na vida de toda a sociedade contemporânea.
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